Crianças São as Mais Afetadas por Síndromes Respiratórias no Paraná: Veja os Cuidados Recomendados por Especialistas

Foto: Tony Winston/Agência Brasília

Com a chegada do frio, o Paraná registra um aumento significativo nos casos de síndromes respiratórias, especialmente em crianças. De acordo com a Secretária de Saúde (Sesa), 49,8% dos atendimentos por doenças respiratórias no estado neste ano foram a pacientes menores de 12 anos.


Conforme a Simone Borges, pediatra responsável pela emergência do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, o aumento de casos pode ser explicado pela variação de clima e o tempo seco, combinação registrada nos últimos dias no estado.


Porém, não é o frio que causa os casos, mas sim comportamentos frequentemente adotados com a queda das temperaturas, como manter os ambientes fechados e sem circulação de ar.


Entre o público infantil, os registros são mais comuns porque o sistema imunológico está em desenvolvimento, pela falta de higiene, além do contato mais frequente com infecções respiratórias.


"Começou a esfriar, a tendência é todo mundo fechar as janelas. A primeira criança que espirrar ou tossir dentro da sala de aula vai contaminar todas as outras crianças que estão ali, porque o vírus vai ficar no ar, não vai circular ", exemplifica a pediatra.


No Hospital Pequeno Príncipe, na capital paranaense, os atendimentos a casos de síndromes respiratórias dobraram de março para abril. E os registros seguem crescendo. Até a segunda semana de maio deste ano, os registros mais frequentes de doenças respiratórias foram de bronquiolites (586), pneumonias (579), além de Influenza A (287) e vírus sincicial respiratório (237).


Para atender a demanda de casos de síndromes respiratórias, o Governo do Paraná anunciou a contratação de 58 novos leitos para as regiões de Curitiba, Ponta Grossa e Foz do Iguaçu.


Como evitar síndromes respiratórias?

Conforme a pediatra Simone Borges, a principal forma de prevenção é a vacinação.


Os imunizantes contra o vírus Influenza, que protege contra os tipos mais comuns de gripe, estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos 399 municípios do Paraná. Toda a população com mais de 6 meses de idade pode se vacinar.


Ao identificar os sintomas respiratórios, a orientação para os responsáveis é que não enviem os filhos à escola para evitar a disseminação das doenças.


Além disso, é importante manter os ambientes arejados e, em caso de sintomas, fazer uso de máscara e álcool em gel.


Como identificar quadros respiratórios em crianças?

A febre frequente nos menores, mesmo com a medicação, é a suspeita de alguma doença respiratória, de acordo com a pediatra.


As tosses e a alteração da respiração também são fatores de alerta para as síndromes.


"A criança começa a respirar mais rápido, com mais dificuldade. A gente sempre diz para observarem o nenê: ele tem um movimento da barriga, que é aquele sobe e desce mais rápido. Este é o momento em que a mãe tem que levar para ser avaliada essa criança, na emergência ou com o pediatra que faz acompanhamento", orienta.


Em relação aos bebês, além da respiração mais rápida, outros sintomas são a diminuição de mamadas e sonolência.


O que fazer em casos de síndromes respiratórias?

Em caso de identificação ou suspeita da doença, os responsáveis devem levar a criança para ser avaliada na emergência ou com algum pediatra de confiança.


O especialista será capaz de identificar a síndrome e pontuar o tratamento para o menor, para evitar complicações.


"O mais importante é a conscientização dos pais para levarem essas crianças para vacinar. As emergências estão lotadas, os hospitais estão lotados de casos respiratórios e, na dúvida, se seu filho está bem ou não, levar para um pediatra, levar para um médico avaliar. O mais importante é fazer um diagnóstico precoce e fazer o acompanhamento dessa criança", finaliza a pediatra.


FONTE: G1